TEATRO l O Mandarim – Apóstrofe e Paciência, de Pedro Barreiro

TEATRO l O Mandarim – Apóstrofe e Paciência, de Pedro Barreiro
apóstrofe,
s. Do gr. apostrophē, «acto de desviar; acto de desviar por si, de arranjar, de conseguir; acto de se desviar, de fugir; acto de se desviar com repugnância de; repulsa, aversão por; acto de distrair, distracção; acto de escapar a, recurso contra; apóstrofe; elisão de vogal final; lugar onde nos desviamos, onde nos refugiamos, asilo», pelo lat. apostrophē, «apóstrofe», figura de retórica pela qual o orador, afastando-se do juiz, se vira para o adversário e o interpela». (…) *
paciência,
adj. Do lat. patientia, acção de suportar, de sofrer; faculdade de sofrer, paciência, longanimidade; aptidão para suportar tudo, resistência; submissão, servilismo.*
* MACHADO, José Pedro. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, 8ª edição, Livros Horizonte, 2003
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Teodoro, personagem central d’O Mandarim (Eça de Queiroz, 1880), é um funcionário público pouco ambicioso que se vê tentado, por uma passagem impressa num mirífico in-fólio, a matar Ti Chin-Fu, velho e rico mandarim que vive nos confins da longínqua Mongólia. Para o fazer, apenas teria de tocar uma campainha e, se o fizesse, herdaria a sua infindável fortuna. Teodoro toca na campainha. Pouco depois de sucumbir à tentação e de se tornar extraordinariamente rico, começa a sua odisseia de redenção, sempre assombrado pela imagem fantasmagórica do velho mandarim e violentado pela confusão em que vive a sua consciência, das quais tenta, sem sucesso, ver-se livre.
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Importa referir que o interesse por esta novela não é moral. Dela são usados vários momentos como motores ficcionais, propondo uma poética cénica de génese literária e tendencialmente anacrónica. Por outro lado, são provocados conflitos dramatúrgicos através da subversão de mecanismos canónicos de composição teatral e das relações problemáticas entre ideia, palavra, imagem, objeto, autor, intérprete, leitor e espectador, propiciando uma análise desiludida do mundo e do valor do fazer artístico. A partir d’O Mandarim de Eça de Queiroz.
Ficha Técnica: Texto: Pedro Barreiro a partir de “O Mandarim” de Eça de Queiroz, Fernando Brito e Paul Valéry | Direção Artística e Dramaturgia: Pedro Barreiro | Direção Técnica: Tiago Correia | Interpretação: Carla Reis, Fernando Brito, Fernando Romão, Pedro Barreiro, Sandra Oliveira, Sérgio Pereira, Silvana Ivaldi | Espaço Cénico: Fernando Brito, Pedro Barreiro, Silvana Ivaldi | Figurinos: Silvana Ivaldi | Multimédia: Rodrigo Pereira | Colaboração Dramatúrgica: Mauricio Paroni de Castro, Ricardo B. Marques, Rui Lopes | Operação Técnica: Rodrigo Pereira e Tiago Correia | Comunicação e Produção: Rodrigo Pereira | Design Gráfico: Silvana Ivaldi | Coprodução: Activo Tóxico – Artistas Associados / Teatro Sá da Bandeira
(Teatro) (Duração) 90’ (Classificação) M/18 (Preço) 5€
Todas as datas
- 2017-12-09 21:30 - 23:00