Câmara de Santarém expressa condolências à família de Manuela de Azevedo
A Câmara Municipal de Santarém apresenta condolências à família da ilustre Manuela de Azevedo, a primeira mulher, em Portugal, a receber a carteira profissional de jornalista, que morreu na sexta-feira, dia 10 de fevereiro.
A par da sua obra literária e jornalística, Manuela de Azevedo deixa a sua marca na Casa-Museu Anselmo Braamcamp Freire, com a doação que fez, em novembro de 1979, quando escreveu a Ladislau Teles Botas, então Presidente da Câmara de Santarém, com o objectivo de dar “uma função cultural” a uma pequena biblioteca e a uma coleção de obras de arte.
Manuela Azevedo decidiu doar parte do seu espólio a Santarém pelo “que a ligava a Camões”, para além da amizade que nutria por Fausto Sacramento Marques, Governador Civil em Santarém de 1974-1980, e que demonstrou interesse em receber o espólio.
A Câmara Municipal de Santarém assinalou o seu centenário no dia 31 de agosto de 2011, com a Exposição da Coleção de Arte contemporânea de Manuela de Azevedo, patente no auditório da Biblioteca Municipal de Santarém.
A exposição temporária anual reuniu parte do espólio doado à Câmara de Santarém, no final dos anos 80, que contempla espólio bibliográfico e artístico: pintura, gravura e cerâmica, de arte contemporânea, de reconhecidos artistas. Entre as muitas obras da coleção destacam-se trabalhos de Vieira da Silva, Salvador Dali, Manuel Cargaleiro, Júlio Pomar, José de Guimarães, Nadir Afonso, Teixeira Lopes, Emilia Nadal, João Hogan, Miguel Angelo Lupi, entre outros.
Manuela Azevedo que, para além de jornalista, também foi professora, crítica de arte e escritora, dedicou a sua vida à causa pública. Professora, crítica de arte, escreveu e publicou dezenas de livros de poesia, contos, novelas, ensaios, biografias, crónicas, romance e peças de teatro. Fundou e dirigiu a Casa-Memória de Camões, em Constância.
Tendo em conta a extensa obra doada pela benemérita, a Câmara de Santarém tem patente uma exposição permanente, sujeita a renovação anual, que reúne parte do espólio doado de reconhecidos artistas nacionais e internacionais.
Até final de março está em destaque uma obra da autoria de Manuel Cargaleiro: S/Titulo, serigrafia s/ papel, datada de 1978.