Nova - Velha Dança ‘parasita’ a actividade cultural de Santarém
Santarém vai receber, a partir de 24 de fevereiro e até junho, o projeto Nova-Velha Dança, em diversos espaços da Cidade, numa produção da Associação Parasita e da Câmara de Santarém.
O projeto Nova-Velha Dança é composto por espetáculos, exposições, conversas e workshops que ‘parasita’ a actividade cultural da cidade de Santarém.
De fevereiro a junho de 2017, propõe-se uma visita a diversos contextos estéticos e sociais da produção coreográfica do Portugal democrático. Assim, se por um lado se apresentam trabalhos referenciais da chamada Nova Dança Portuguesa, por outro fomenta-se a produção atual apresentando peças de coreógrafos cujo trabalho se afirma na última década em circuitos independentes.
Dia 24 de fevereiro o Teatro Sá da Bandeira apresenta, às 21h00, as exposições “Para uma Timeline a Haver - genealogias da dança enquanto prática artística em Portugal” no Bar-Galeria e “A Dança do Existir”, uma retrospetiva em imagens do trabalho coreográfico de Vera Mantero, no Piano-bar do Teatro Sá da Bandeira, que vão estar patentes até 17 de junho.
Construindo na galeria do Teatro Sá da Bandeira uma cronologia para a dança em Portugal, “Para uma Timeline a Haver - genealogias da dança enquanto prática artística em Portugal” é um exercício colectivo de investigação e de sinalização de marcos relativos ao desenvolvimento e disseminação da dança como prática artística em Portugal nos séculos XX e XXI, com especial incidência na segunda metade do século XX. Levado a cabo entre 2016 e 2017 e assumindo o presente como lugar de enunciação, propõe a construção singular de uma série de cronologias para a dança contemporânea em Portugal, relacionando eventos de matriz social, política, cultural, biográfica e artística — sugeridos como significativos por bailarinos, coreógrafos, críticos, técnicos, historiadores e espectadores.
A exposição “A Dança do Existir” mostra cerca de 30 fotografias que traçam o percurso de Vera Mantero, das suas primeiras criações às mais recentes. Integra ainda a consulta de registos videográficos de alguns dos trabalhos da coreógrafa.
Pelas 21h30, Vera Mantero traz ao Teatro Sá da Bandeira 3Soli, 3 peças curtas, originalmente produzidas entre 1991 e 1996 – “Uma Misteriosa Coisa, disse o e.e.cummings” de 1996, “Talvez ela pudesse dançar primeiro e pensar depois” de 1991 e “Olympia” de 1993
Numa noite de peças curtas, originalmente produzidas entre 1991 e 1996, Mantero não apenas testemunha um processo subjetivo de relação com o legado pós-colonial e o vazio político-cultural sentido à época pela coreógrafa, como traz a Santarém uma prática artística paradoxal, trespassada por mais de duas décadas de actividade contínua.
Pelas 23h00, a sala do Teatro Sá da Bandeira recebe “Conversa com Vera Mantero e Ana Bigotte Vieira”, com entradas gratuitas limitadas à lotação da sala.
No dia 25, pelas 17h00, em coapresentação com o Cineclube de Santarém, vai ser exibida a Sessão Mantero com “Curso de Silêncio” de Miguel Gonçalves Mendes e Vera Mantero (versão de Vera Mantero) e “Let’s Talk about it now” de Margarida Ferreira de Almeida, com entradas gratuitas limitadas à lotação da sala.