Almoster é a 1ª freguesia do concelho de Santarém a conhecer a sua Carta Arqueológica
O Convento de Santa Maria de Almoster acolheu esta noite, dia 27 de setembro, a Sessão de apresentação da Carta Arqueológica de Almoster. A apresentação da Carta contou com a participação de Inês Barroso, Vice-Presidente da Câmara de Santarém, de João Neves, Presidente da Junta de Freguesia de Almoster, de Luísa Cotrim, Coordenadora do Serviço Municipal de Biblioteca e Património Cultural da Câmara de Santarém e de António Matias, ostearqueólogo da Câmara de Santarém que lidera a equipa que nos últimos anos realizou o levantamento que permite a apresentação da Carta Arqueológica de Santarém que identifica 461 sítios arqueológicos.
Outras individualidades do Concelho, tais como o ex-Presidente de Câmara, José Miguel Correia Noras, marcaram presença nesta sessão, bem como a população da freguesia de Almoster.
A Câmara de Santarém vai apresentar a Carta Arqueológica em cada uma das freguesias Concelho e Almoster inicia o périplo desta apresentação, que tem como objetivo fomentar o diálogo com a população, despertar consciências sobre a memória coletiva e a identidade local, de modo a que, cada munícipe sinta que tem um papel importante, ativo e insubstituível na proteção e salvaguarda do património cultural local.
O diálogo com a população revela-se essencial para o despertar de consciências sobre a memória coletiva e identidade local e é tarefa obrigatória dos arqueólogos e de outros especialistas na área do património cultural, formar e sensibilizar a comunidade para a importância de preservação do património.
Esta sessão de esclarecimento, para além da apresentação da carta arqueológica da freguesia de Almoster, pretendeu ainda dialogar com a população, esclarecê-la sobre a natureza, amplitude, legalidade e mais-valias dos trabalhos arqueológicos.
A apresentação da Carta Arqueológica de Almoster abordou, em primeiro lugar, o papel da arqueologia em Santarém, o enquadramento legal desta atividade pública e/ou privada, a forma inovadora (em termos nacionais) como está presente em todas as obras públicas, licenciamento de obras particulares, pedreiras e florestações.
A partir deste ponto, pretendemos esclarecer também que desde a ocupação humana mais remota, que na área do Município de Santarém pode recuar aos tempos do Paleolítico Inferior, até aos dias de hoje, os sistemas naturais têm condicionado o Homem na sua procura de locais para se fixar temporariamente ou já de forma sedentária, a utilização do território e dos seus recursos e as atividades aí desenvolvidas.
São esses locais de fixação das populações antigas que pretendemos procurar e compreender quando elaboramos uma Carta Arqueológica. Trata-se de um inventário de sítios arqueológicos que nos ajuda a compreender de que forma este espaço foi ocupado no passado.
Só podemos proteger e salvaguardar aquilo que conhecemos. Com esta premissa, damos a conhecer o mapa de sítios arqueológicos do concelho de Santarém e, em particular, da freguesia de Almoster. Mas de que forma este conhecimento poderá condicionar o modo de vida das populações locais? Qual a sua forma legal de proteção e salvaguarda patrimonial? Se um munícipe quiser fazer uma casa na freguesia de Almoster terá alguma condicionante relativamente ao património arqueológico? Qual o papel que cada munícipe poderá ter na salvaguarda do património local?
A partir de um conjunto de oito sítios arqueológicos identificados na freguesia de Almoster, pretendemos dar a conhecer a história bem antiga desta zona e desmistificar toda a atividade arqueológica inerente, a saber: Casal do Paúl, Ponto do Celeiro, Castro de Botelhas, Mosteiro, Ponte de Almoster, Casais de Santa Maria, Almoster e Almoster 2.
Após a apresentação da Carta Arqueológica de Almoster, houve lugar a debate público sobre esta temática com a população.