Abitureiras é a 2ª freguesia do concelho de Santarém a conhecer a Carta Arqueológica
A Junta de Freguesia de Abitureiras acolheu esta noite, dia 9 de novembro, a Sessão de apresentação da Carta Arqueológica de Abitureiras. A Carta Arqueológica, apresentada por António Matias, ostearqueólogo da Câmara de Santarém que lidera a equipa que nos últimos anos realizou o levantamento que permite a apresentação da Carta Arqueológica de Santarém que identifica 461 sítios arqueológicos, contou com a participação de António Silva Branco, Presidente da Junta de Freguesia e restantes membros do Executivo.
A Câmara de Santarém está a proceder à apresentação da Carta Arqueológica em cada uma das freguesias Concelho, com o objetivo de fomentar o diálogo com a população, despertar consciências sobre a memória coletiva e a identidade local, de modo a que, cada munícipe sinta que tem um papel importante, ativo e insubstituível na proteção e salvaguarda do património cultural local.
O diálogo com a população revela-se essencial para o despertar de consciências sobre a memória coletiva e identidade local e é tarefa obrigatória dos arqueólogos e de outros especialistas na área do património cultural, formar e sensibilizar a comunidade para a importância de preservação do património.
Esta sessão de esclarecimento, para além da apresentação da carta arqueológica da freguesia de Abitureiras, pretendeu ainda dialogar com a população, esclarecê-la sobre a natureza, amplitude, legalidade e mais-valias dos trabalhos arqueológicos.
A apresentação da Carta Arqueológica de Abitureiras abordou, em primeiro lugar, o papel da arqueologia em Santarém, o enquadramento legal desta atividade pública e/ou privada, a forma inovadora (em termos nacionais) como está presente em todas as obras públicas, licenciamento de obras particulares, pedreiras e florestações.
A partir deste ponto, pretende-se esclarecer também que desde a ocupação humana mais remota, que na área do Município de Santarém pode recuar aos tempos do Paleolítico Inferior, até aos dias de hoje, os sistemas naturais têm condicionado o Homem na sua procura de locais para se fixar temporariamente ou já de forma sedentária, a utilização do território e dos seus recursos e as atividades aí desenvolvidas.
São esses locais de fixação das populações antigas que pretendemos procurar e compreender quando elaboramos uma Carta Arqueológica. Trata-se de um inventário de sítios arqueológicos que nos ajuda a compreender de que forma este espaço foi ocupado no passado.
Só podemos proteger e salvaguardar aquilo que conhecemos. Com esta premissa, damos a conhecer o mapa de sítios arqueológicos do concelho de Santarém e, em particular, da freguesia de Almoster. Mas de que forma este conhecimento poderá condicionar o modo de vida das populações locais? Qual a sua forma legal de proteção e salvaguarda patrimonial? Se um munícipe quiser fazer uma casa na freguesia de Almoster terá alguma condicionante relativamente ao património arqueológico? Qual o papel que cada munícipe poderá ter na salvaguarda do património local?
A partir de um conjunto de nove sítios arqueológicos identificados na freguesia de Abitureiras, pretende-se dar a conhecer a história bem antiga desta zona e desmistificar toda a atividade arqueológica inerente, a saber: Casal do Galinheiro, Encosta do Cabeço da Morena, Lamarosa, Vale da Chouriça, Alto dos Matoutinhos, Vale da Talha, Vale das Cabaças, Quinta do Roberto e Vale da Chouriça 2.
No próximo dia 23 de novembro (sexta-feira), às 21h30, é apresentada a Carta Arqueológica Municipal, na Junta de Freguesia de Abrã.