Santarém acolhe de “braços abertos” Concerto de Órgão e Orquestra
Santarém acolheu hoje, dia 17 de novembro, de “braços abertos”, o Concerto de Órgão e Orquestra, que teve lugar na Igreja de Nossa Senhora de Marvila, no âmbito do FÓS - Festival de Órgão de Santarém. Este Concerto contou com João Vaz, no Órgão, e com a Orquestra Bomtempo, dirigida por Cesário Costa. Inês Barroso, Vice-Presidente da Câmara de Santarém, Joaquim Ganhão, responsável pelos bens culturais da Diocese de Santarém e Diretor do Museu Diocesano, e Mário Rebelo, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Santarém, assistiram ao Concerto que contou com a interpretação de vários temas de François Couperin (1668-1733), e de Michel Corrette (1707-1795).
João Vaz é natural de Lisboa, e é diplomado em Órgão pela Escola Superior de Música de Lisboa, sob a orientação de Antoine Sibertin-Blanc, e pelo Conservatório Superior de Música de Aragão, em Saragoça, onde estudou com José Luis González Uriol, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. É também doutorado em Música e Musicologia pela Universidade de Évora, tendo defendido, sob a orientação de Rui Vieira Nery, uma tese sobre a música portuguesa para órgão no final do Antigo Regime. Tem mantido uma intensa actividade a nível internacional, quer como concertista, quer como docente em cursos de aperfeiçoamento organístico, ou membro de júri de concursos de interpretação. Efetuou mais de uma dezena de gravações discográficas a solo, salientando-se as efetuadas em órgãos históricos portugueses. Como executante e musicólogo tem dado especial atenção à música sacra portuguesa, fundando em 2006 o grupo Capella Patriarchal, que dirige. O seu trabalho de edição musical, objeto de publicação em Portugal e em Espanha, abrange obras conservadas em diversas bibliotecas e arquivos nacionais. Leciona actualmente Órgão na Escola Superior de Música de Lisboa. É actualmente director artístico do Festival de Órgão da Madeira e das séries de concertos que se realizam nos seis órgãos da Basílica do Palácio Nacional de Mafra (de cujo restauro foi consultor permanente) e no órgão histórico da Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa (instrumento cuja titularidade assumiu em 1997).
A Orquestra Bomtempo iniciou a sua atividade na temporada de 2017/2018. Domingos Bomtempo (1775-1842), para além de compositor e pianista, foi um grande impulsionador na criação de novas instituições em Portugal, como a Sociedade Filarmónica de Concertos e o Conservatório Nacional. Desta forma pretende-se homenagear uma das figuras mais importantes da história da música em Portugal e associar este projeto, promovido pelo Conservatório de Música e Artes do Centro, à divulgação da música orquestral portuguesa e ao espírito renovador deste compositor. Na primeira temporada de atividade já se apresentou em Ourém, Batalha, Fátima, Pombal e participou no Festival de Música do Centro, num concerto em que foi solista o guitarrista João Robim, e no In Spiritum - Festival de Música do Porto. É Diretor Artístico e Maestro Titular da Orquestra Bomtempo o Maestro Cesário Costa.
Cesário Costa, é vencedor do III Concurso Internacional Fundação Oriente para Jovens Chefes de Orquestra, em 1997, foi desde então convidado para dirigir inúmeras formações nacionais e estrangeiras. Para além da direção de orquestra, tem exercido funções de docência e de programação musical em várias instituições. Foi Presidente da Metropolitana, instituição que gere a Orquestra Metropolitana de Lisboa (da qual foi também Diretor Artístico). Foi Diretor Artístico e Maestro Titular da Orquestra do Algarve e da Orquestra Clássica do Sul e atualmente é diretor artístico do IN Spiritum – Festival de Música do Porto. Nos últimos anos, dirigiu, a Royal Philharmonic Orchestra, a Orquestra Sinfónica de Nuremberga, a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Orquestra Gulbenkian, a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Orquestra de Câmara da Rádio Romena e a Berliner Symphoniker. Depois de concluir, em Paris, o Curso Superior de Piano, estudou Direção de Orquestra, completando com nota máxima a Licenciatura e o Mestrado na Escola Superior de Música de Würzburg, na Alemanha. Atualmente, está a finalizar, na Universidade Nova de Lisboa, uma tese de doutoramento sobre o Maestro Pedro de Freitas Branco.
No domingo, dia 18 de novembro, às 11h00, prossegue o Festival de Órgão de Santarém, com Missa Dominical, na Sé Catedral, com David Paccetti Correia, no Órgão, com o Coro da Schola Cantorum da Catedral de Santarém, e Pedro Rollin Rodrigues, na Direção.
Às 16h00, tem lugar um Concerto de Órgão com Jesús Gonzalo López, na Igreja de Nossa Senhora de Marvila.
Santarém oferece até amanhã, (re)encontros entre o Património que existe na Cidade. Um encontro que o Festival de Órgão de Santarém celebra, pela primeira vez, com seis Concertos, uma Missa e seis Mini-Recitais, em seis órgãos de tubos ibéricos, instalados na cidade de Santarém, que têm lugar na Igreja da Misericórdia, na Catedral de Santarém, na Igreja de Nossa Senhora da Piedade, na Igreja de S. Nicolau, na Igreja de Nossa Senhora de Marvila e na Igreja de Santa Maria da Alcáçova.
Nesta viagem de seis dias, o Festival de Órgão de Santarém – FÓS pretende divulgar não apenas o singular património organístico de Santarém, mas, simultaneamente, as pessoas que se dedicam à arte da música nesta Cidade. O FÓS conta com a participação de músicos e instituições musicais do Distrito, tais como o Conservatório de Música de Santarém, o Coro do Círculo Cultural Scalabitano e a Schola Cantorum da Catedral de Santarém.
O I Festival de Órgão de Santarém nasce da vontade de três entidades: a Câmara Municipal de Santarém, a Diocese de Santarém e a Santa Casa da Misericórdia de Santarém, com o apoio do Conservatório de Música e Artes do Centro (CMAC).