I Love Satie, de Joana Gama
Incompreendido e desprezado pela comunidade clássica face aos exímios compositores franceses Debussy e Ravel, Erik Satie desperta no século XXI pelas mãos da pianista Joana Gama que subiu esta noite, dia 26 de abril, ao palco do Teatro Sá da Bandeira de Santarém, para um recital único de piano intitulado “I Love Satie”.
Em “I Love Satie”, Joana Gama explorou a obra do compositor francês Erik Satie, intercalando-a com as peças de outros pianistas que o seguiram na exploração do som pelo som, sem constrangimentos formais ou estéticos, a começar por John Cage.
A bilheteira do recital reverteu a favor do projeto SEDE do Agrupamento 52 do CNE de Santarém.
Diante do piano, com a formalidade de um recital, Joana Gama, durante uma hora, passeou por peças de Satie, bem como dos compositores Marco Franco, Federico Mompou, Morton Feldman, Víctor Rua e Marco Franco.
Desde o início ao fim, tudo se entrelaçou como se fosse uma única peça. Ambientes solenes, melancólicos e até dançantes, deliciaram uma plateia interessada e surpreendida pela capacidade de a pianista tocar todas as peças de memória, sem pauta.
De Erik Satie, a pianista interpretou de forma soberba, peças como “Sonneries de la Rose+Croix- Air du Grand Prieur” (1892), sempre num registo despojado e minimal, bem característico do compositor, assim como Ogives nº 1 e 4” (c.1880- arte gótica), “Je te Veux” (1897), “Les Fils des Étoiles- Gnossienne” (1891) e “Embryons desséchés (1913), entre outras.
Este recital acontece na sequência do lançamento do álbum SATIE.150 - uma edição apoiada pela Fundação GDA, com o selo da Pianola Editores – por esta pianista, que ocorreu no culminar das celebrações (em 2016), do 150.º aniversário do nascimento do compositor francês Erik Satie (1866-1925).
Foto: Créditos: I Love Satie_© Estelle Valente