Uma viagem pelas memórias da família de Costanza Givone
Os utentes do Centro de Dia e da Creche “Os Amiguinhos” da Santa Casa da Misericórdia de Santarém tornaram-se os membros da família da atriz, Costanza Givone, na tarde do dia 10 de maio, no Teatro Sá da Bandeira de Santarém, que apresentou “Famílias”, um espetáculo que fala da enorme variedade de famílias que hoje existem, as suas diferenças e afinidades.
A atriz de nacionalidade italiana, começa com uma personagem sozinha, e ao longo do espetáculo-retrato vai criando o seu grande álbum de família imaginária, envolvendo os miúdos e graúdos presentes.
Entre risadas, principalmente dos mais pequenos, Costanza Givone, vai despindo camadas de roupa à medida que revela fragmentos da história da sua família. Cada roupa uma personagem.
“A minha avó nasceu na Roménia, fazia bola de carne aos sábados (ninguém gostava), foi de navio até Nova Iorque, tinha um baú cheio de roupa para nos disfarçarmos, conheceu o meu avô, casou, foi para Florença, fez 11 filhos, escreveu um livro de poesias de amor, divorciou-se, criou um grupo de música irlandesa, não se lembra do meu nome, não se lembra de que dia é hoje, lembra-se das músicas que cantava, a minha avó tem 83 anos, 11 filhos, 22 netos, 12 bisnetos…”.
No palco são partilhadas memórias reais, e no final, todos festejam o aniversário da atriz na praia e relembram as danças nas festas organizadas pela sua querida avó.
Esta apresentação inclui também a Oficina Fotos de Família, que teve lugar às 17h45, com os alunos do Conservatório de Música de Santarém.
Costanza Givone estudou dança contemporânea na ESMAE (pós-graduação em parceria com o teatro Rivoli, Porto), no CEM (Centro Em Movimento, Lisboa) no CPDC (centro de aperfeiçoamento dança contemporânea de Florença), e de teatro, no Teatro del Giglio (Lucca). No seu percurso artístico destaca os mestres N.Karpov, Virgilio Sieni, Simona Bucci, Sofia Neuparth, Peter Michael Dietz, Vera Mantero, Alexej Merkushev da companhia Derevo, Gey Pin Ang, Gabriella Bartolomei (voz) e os coreógrafos e encenadores Madalena Victorino, Aldara Bizarro, André Braga e Cláudia Figueiredo com as quais trabalhou como intérprete. Em 2006 foi cofundadora da companhia Zaches Teatro para aprofundar o estudo da relação do corpo com o objeto, a máscara, a marioneta. Desde 2012, ao lado do trabalho de interprete desenvolve projetos pessoais em colaboração com artistas de diferentes áreas.
O espetáculo “Famílias” conta com o apoio da Artemrede e Direção-Geral das Artes.