Criarei Apenas o que Não Consigo Imaginar e Baleizão, dança e teatro para o próximo fim de semana
Nos dias 22 e 23 de junho, às 17h00, a Sala de Leitura Bernardo Santareno, recebe o espectáculo Criarei Apenas o que Não Consigo Imaginar, uma criação de Carlos Oliveira. Uma co-produção projecto Santarém Cultura e apoio da Fundação GDA.
“Perguntar o que significa criar não é o mesmo que perguntar o que criar significa. E por muito se confundirem estas duas questões, é comum achar-se que criar corresponde à satisfação de um significado e, logo, de uma identidade. É escusado reiterar o estado de coisas a que isto nos trouxe. Mas importa afirmar que, perante a actual falência da volição enquanto força de ordenação do mundo, será inteligente e sensível desistir da previsão e do controle enquanto modos prevalentes de relação com a alteridade. Esta performance é uma reflexão coreográfica acerca desta afirmação”.
Carlos Manuel Oliveira é coreógrafo, performer e investigador. Doutor em Estudos dos Média pelo Programa UTAustin|Portugal e Bacharel em Dança Contemporânea pela Universidade de Artes de Berlim. É investigador associado do Centro Inter-Universitário de Dança de Berlim e do Grupo de Estudos de Performance e Cognição da Universidade Nova de Lisboa. Depois de um período de investigação académica dedicado à crítica da relação entre a coreografia e a dança, bem como aos modos de existência do conhecimento que lhes está associado, dedica-se agora a produzir, criar e apresentar o seu trabalho artístico, sem abandonar os mesmos problemas.
A coreógrafa Aldara Bizarro leva Baleizão, o Valor da Memória até à Freguesia de Abrã. A Associação Cultural e Recreativa de Abrã vai ser o palco deste espetáculo de Aldara Bizarro, no próximo sábado, dia 22 de junho, pelas 21h30.
A memória de um gelado, o Baleizão, vendido numa cervejaria homónima de Luanda nos anos 70, é o agente desencadeador e aglutinador do espectáculo concebido e dirigido por Aldara Bizarro, que a ele simbolicamente pede o nome emprestado. Criado e interpretado a meias com Miguel Horta, Baleizão faz-se das memórias de infância convocadas pela troca de cartas, textos, desenhos e fotografias entre estes dois amigos separados e com vivências diferentes, a de Angola durante a guerra de independência e a de Lisboa, fortemente marcada pelos sinais do Barlavento Algarvio. Esta troca epistolar de recordações, que conta e partilha duas histórias de vida, é um exercício de celebração da vida e de um valor, o da memória, o subtítulo desta peça. Na infância de Aldara Bizarro, o Baleizão era usado pela mãe para cotar o valor de custo das coisas impossíveis, daquelas que não tinha possibilidade de comprar. Mas na peça, numa subtil inversão, é a memória a que se atribui um número incontável de Baleizões.
Miguel Horta é pintor, mediador cultural, contador de histórias e ilustrador. Aldara Bizarro é coreógrafa e exerce atividade formativa para entidades como a Fundação Calouste Gulbenkian, o Centro Cultural de Belém e a Escola Superior de Dança.
Os bilhetes para o espectáculo têm um preço de 5 euros, a bilheteira reverte a favor da Associação Cultural e Recreativa de Abrã, e podem ser adquiridos na Junta de Freguesia de Abrã.
Relembramos que a exposição Cartografia Sentimental, no Palácio Landal, está patente até 21 de setembro.
Cartografia Sentimental é um projeto expositivo híbrido, que explorará a relação das pessoas com a cidade, nomeadamente, com a zona histórica, criando tangentes a questões como a Topofilia, das cidades que se modificam todos os dias e de como transformamos espaços em lugares.
Na senda dos projeto Quase um Mapa (Paul Hardman), Guerrilha Urbana (Ricardo Correia e Rita Grade), Água, Terra, Ar (André Sier, Boris Chimp 504 e Sonoscopia), Subway Life e Desenhos Efémeros (António Jorge Gonçalves) que apresentámos no 1º trimestre, vamos expor os resultados da interação dos mesmos com o público e com as instituições, de forma a prolongar a discussão sobre “Locais Afetivos em Santarém” e “Pelo que lutarias na tua cidade?” e a desenvolver um outro olhar sobre a relação das pessoas – neste caso, habitantes de Santarém – com o passado, presente e futuro da cidade.
Este projeto expositivo que, na verdade, constitui-se de uma série de exposições que se irão modificando como resposta ao público, ao movimento e ações das pessoas na rua, aos acontecimentos que decorrerem durante o período em que estiver em exibição.
«A Santarém do Futuro é das pessoas. Para além da visão estratégica e política - que decorrerá de outros fóruns de discussão e decisão -, queremos utilizar a arte e a cultura para humanizar espaços, aumentar a participação cívica, criar cidadãos preocupados, mas sobretudo ativos na construção de pequenos muitos, que construirão um todo melhor. Queremos pensamento, mas que gere ações e assim, continuar a questionar todas e todos sobre: As formas de nos relacionarmos melhor com a nossa cidade e com a nossa região; Como podemos dar um sentido a espaços que estão em permanente construção, tornando-os lugares e não um sentimento de cidade inacabada; Ver e construir uma nova urbe, com experiências que aproximem a comunidade Scalabitana não pelos interesses semelhantes, mas pela capacidade de construir e experimentar em conjunto».
A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira entre as 9h30 e as 12h30 e das 14h00 às 17h30 e aos sábados das 10h00 às 13h00, no Palácio Landal. Mais informações através do e-mail .